O STEPH tem vindo há vários anos a alertar o INEM, a tutela e o poder político em geral para a carência de TEPH em TODOS os serviços do INEM. Esta carência de TEPH, bem como a não contratação programada por parte da tutela, tem levado a que diariamente vários meios do INEM estejam INOPERACIONAIS. Por outras palavras, os cidadãos têm o socorro atrasado e comprometido pela ineficiência do INEM e da tutela. Os TEPH são profissionais de saúde habilitados para atuar em contexto de lifesaving , isto é, em contexto de risco iminente de vida, exercendo a sua profissão muitas vezes em cenários de enorme complexidade e risco. Atuam com protocolos sob validação médica, como por exemplo o Protocolo de Abordagem e Avaliação da Vítima, Protocolo de Hipoglicemia, Protocolo de Triagem da Vítima Adulta em Situações de Exceção e/ou Protocolo de Dor Torácica. Os TEPH possuem mais de 900 horas de formação, acrescida da formação continua que anualmente obtêm. Os TEPH são também responsáveis pelo atendimento de todas as chamadas de emergência médica nos CODU e muitas das vezes são a única ajuda para quem liga para os CODU. Nos últimos anos tem-se assistido à saída constante de TEPH do INEM, na sua maioria motivados pela procura de um melhor índice remuneratório, melhores condições de trabalho e de menor risco laboral.
Verifica-se então que o INEM apresenta um défice de aproximadamente 400 TEPH apenas para garantir a sua atividade diária normal. Concluímos que a sua missão de garantir a prestação de cuidados de emergência médica pelo INEM está em causa! A carência de TEPH, bem como a gestão de horários implementada em 2018 originou, a título de exemplo, que na semana entre o Natal e o Ano Novo, e considerando apenas a área metropolitana do Porto, fossem registados 80 turnos de ambulância inoperacionais, refletindo um aumento de 41% de turnos inoperacionais comparativamente com a mesma época de 2017. Como se não bastasse fomos confrontados, nos últimos dois meses, com a abertura de duas novas ambulâncias, uma sazonal e outra permanente, a SIV da Serra da Estrela e a SIV de São Pedro do Sul respetivamente. Esta decisão veio consumir e agravar o défice de recursos humanos que afeta gravemente o INEM. Para se operacionalizar estes dois meios aumentou-se ainda mais a inoperacionalidade de outros meios, condicionando a assistência ao nível da emergência pré-hospitalar nas ambulâncias que viram TEPH sonegados da sua escala. Na prática significa menos ambulâncias disponíveis, como também menos TEPH para o atendimento de chamadas nos CODU, levando que haja um aumento do tempo de espera por uma ambulância ou pelo atendimento de uma chamada. É reprovável que se promova e se noticie o aumento do número de meios do INEM disponíveis, quando é sabido que para isso acontecer outros meios do INEM, nomeadamente ambulâncias, têm que ficar fechados ou com horário de funcionamento reduzido. É urgente a abertura de um concurso de contratação de mais 400 TEPH. Os dois novos meios devem ter a escala assegurada por trabalho suplementar se houver disponibilidade dos TEPH, conforme o compromisso assumido pelo CD do INEM. Os TEPH têm sido incansáveis e abnegados no seu compromisso e disponibilidade para garantir a operacionalidade dos meios do INEM! A tutela não pode abrir meios de emergência à custa do esforço hercúleo que os TEPH realizam (através de horas suplementares). Há falta de 400 TEPH por culpa do INEM, do Ministério da Saúde e do Ministério das Finanças!